O Último Adeus



Essa foto mostra um beijo caliente entre duas estátuas no famoso cemitério francês de Pére-Lachaise (em Paris). Aqui em SP, no cemitério São Paulo (na Rua Cardeal Arcoverde) temos uma versão tupiniquim, tão bonita quanto. A escultura paulistana se chama O Ultimo Adeus, obra de Alfredo Oliani. Ali é o túmulo de Antônio Cantarella, falecido nas antevésperas do Natal de 1942, com 65 anos de idade, e de sua esposa, Maria Cantarella, dez anos mais moça. Ela faleceria muitos anos depois do marido, em 1982.



O sentido da obra de Oliani é uma comovente expressão do sentindo do amor na vida dos dois. Um homem atlético, nu, reclina-se apaixonadamente sobre o corpo de uma mulher jovem e bela para beijá-la. Ela está morta.
A esposa, sobrevivente do casal, pede ao artista uma escultura que celebre abertamente o sentimento profundo de sua união com o marido, reconhecido-o ainda vivo em sua vida, depois dele morto, e ela própria morta sem a companhia dele.
 O que sei é que essa escultura causou o maior reboliço na antiga São Paulo da década de 40.
 Gente defensora da "moral" chegou a promover um abaixo-assinado pedindo a retirada daquela escultura "infame" enquanto outros pediam pela manutenção daquele "manifesto ao amor". O fato é que a escultura (nessa última foto) permanece lá, onde o casal repousa lado a lado.


2 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso. Lindo. Chega a emocionar.

Jennifer Souzza disse...

Muito lindo mesmo!