Amor Doentio

Eu a observava por meses.
Olhava de longe... cada movimento, cada detalhe dela. Ela não percebia e não sabia que eu a admirava tanto.
O seus sorriso e os cabelos loiros e finos ao vento. A pele pálida e delicada. Deve ser tão macia ao toque.
Ela se divertia com as amigas na praça. Não deve ter mais que 11 anos
Preciso saber o nome dela...
Mas sei que não devo me aproximar, não agora.
Alguns meses e passam e ela está cada vez mais linda. Com os cabelos no rosto... tão liso, tão brilhante.
Resolvo me aproximar. Ela está sozinha. Chego mais perto e puxo um assunto qualquer.
Ela olha e sorri.
É o sorriso mais lindo que eu já vi...
Os lábios finos e rosados. Os dentes tão brancos e pequenos.
Sinto medo, olho para o lado temporariamente e penso: O que uma menina daquelas estaria fazendo sozinha na rua a essa hora?
Olho no relógio e ele marca 18:05 e a noite já cai. Talvez ele esteja com alguém, talvez com o pai ou a mãe que está em algum lugar.
Olho de novo para ela e pergunto:
- Qual o seu nome?
- Clair e o seu?


Penso rápidamente em um nome mas não me vem nada a cabeça. Então digo:
- Você acha que eu tenho cara de qual nome?
Ela dá uma gargalhada infantil e diz:
- Sei lá.
Dou uma risada também e novamente olho para o lado.
- Você é muito bonita Clair. Está brincando sozinha hoje? Cadê a sua amiguinha?
- Ah a Tifanny não veio hoje. Falei para a mamãe que viria encontrar ela aqui, mas ela não veio.
- E você irá para casa sozinha hoje?
- Sim. Eu sempre vou com a mãe da Tifanny mas ela não veio hoje, então irei sozinha.
- Mas é perigoso para uma menina pequena como você ir sozinha. Vc tem 10 anos né?
- Não não. Eu tenho 9 anos ainda. Mas em breve farei 10 anos.


Eu não consigo parar de admirá- la. O corpo pequeno e magro através do vestido cor-de-rosa.
Os pés pequenos naquela sandália colorida de plástico.
Uma pequena fita rosa que prende alguns fios do cabelo loiro. Resolvo perguntar.

- Clair quer que eu te leve em casa?
- Não precisa. Eu moro aqui perto.
- Nós poderemos ir tomar sorvete antes. O que vc acha?
- Não posso. Minha mãe irá brigar se eu tomar sorvete antes do jantar.
- Eu não irei contar a ela.
- Promete?
- Prometo.

Ela me deu a mão. O toque da mão pequena e frágil dela me fez tremer.
Fomos andando até a sorveteria da outra rua como duas crianças que conversava e dava risadas.
Incrivelmente a rua estava deserta naquele dia......




(continua)





- Hell Girl

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